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RHODIOLA ROSEA - “raiz de ouro” para o desempenho mental

Rhodiola rosea é uma planta nativa da Sibéria ártica, internacionalmente conhecida como “Golden Root” ou “Raiz de Ouro”. Não é à toa que essa planta da família Crassulaceae recebeu esse título. Há séculos as raízes da Rhodiola têm sido usadas pelas culturas da Europa oriental e asiática para melhorar a resistência física e o rendimento de trabalho, a longevidade, a resistência a doenças provocadas por altas latitudes, e para tratar fadiga, depressão, anemia, impotência, indisposição gastrintestinal, infecções e desordens do sistema nervoso. O ponto comum de todas essas ações reside no seu potencial adaptogênico. Ervas adaptogênicas parecem possuir função bimodal de ação, determinando efeito estimulante ou sedativo dependendo da necessidade do indivíduo diante de uma situação particular. O intento terapêutico de um adaptógeno é promover uma ótima resposta para ambos, o stress interno e externo, e prevenir morbidades induzidas pelo stress.

Composição
Os componentes identificados até agora na Rhodiola rosea são:
• fenóis (salidroside e sua aglicona tirosol),
• glicosídeos cinâmicos (rosina, rosavina e rosarina),
• flavonóides glicosilados (gossypetin-7-O-L-rhamnopyranosídeo e rhodioflavonosídeo),
• taninos,
• ácido gálico e seus ésteres,
• óleo essencial (os mais abundantes sendo n-Decanol, geraniol e 1,4-pmentadien-7-ol)3,4.


Propriedades e indicações
Apesar de abranger as mesmas propriedades farmacológicas dos adaptógenos, a “Raiz de Ouro” é mais eficaz no quesito melhora do desempenho mental, da memória e do aprendizado. Parece que todas as plantas adaptogênicas que exibem efeito estimulante com uma única dose (como é o caso da Rhodiola rosea) contêm quantidades relativamente elevadas de compostos fenólicos estruturalmente relacionados com as catecolaminas, que presumivelmente têm parte importante no sistema simpato-adrenal e no sistema nervoso central. Em contraste, plantas como o Panax ginseng, que contêm grandes quantidades de triterpenos tetracíclicos estruturalmente similares aos corticosteróides, revelam seus efeitos protetores contra o stress e de adaptação aos estressores depois de repetidas administrações por um período de uma a quatro semanas. Nestes casos, as substâncias ativas exercem papel-chave na regulação do sistema neuroendócrino e do sistema imunológico mediado pelo eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Outra propriedade tem sido sugerida para a “Raiz de Ouro”: a capacidade de regular significativamente a desordem do sono provocada por altas latitudes (altas latitudes têm o potencial de modificar o ciclo sono-vigília, descompassando-o dos outros ciclos circadianos), assim como a de melhorar a qualidade do sono em geral, sem produzir os efeitos negativos dos estimulantes sintéticos. Ela não provoca hipersonolência de rebote, não causa efeitos depressivos e não provoca dependência, tolerância nem abuso. Tendo sido uma das espécies mais intensamente estudadas, vale ressaltar também que os trabalhos farmacológicos e clínicos levados a cabo com a Rhodiola rosea têm fornecido fortes evidências de que ela exerce atividade biológica sem quaisquer níveis de toxicidade detectáveis2,4,5. Resultados de investigações anti-cancer in vivo em camundongos e ratos ainda sugerem elevada efetividade terapêutica para a Rhodiola rosea no campo da oncologia. Sabe-se até agora que ela é capaz de reagir contra os tumores de Ehrlich, B16 e de Levis, reforçar a atividade da ciclofosfamida e reduzir a sua hepatotoxicidade, bem como reforçar a atividade da adriamicina. Mas, pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação anti-câncer. Acredita-se que a Rhodiola produz uma reação anti-mutagênica que reduz o número de cromossomos aberrantes e micronúcleos depois do tratamento in vivo com ciclofosfamida. Ela também provou inibir a síntese rápida de DNA mediada pelo N-nitroso-N-metilurea e as mutações mediadas pelo 2,7-diamino-4,9-dioxo-5,10-dioxi-4,5,9,10-tetrahidro-4,9-diazapreina (DDDTDP), etidinebromida, benzoperona, benzinidine e metais pesados. No estudo de Majewska et al (2006), a Rhodiola ainda foi capaz de induzir inibição mitótica em células HL-60 e reduzir sua sobrevida por meio da aceleração da programação da morte celular. A inibição da divisão celular foi precedida pela acumulação de células na prófase. Isto levou à indução de apoptose e necrose, segundo os autores, e a uma
marcada redução na sobrevida das células HL-60 tratadas. As células passaram à apoptose a partir da fase G2/M do ciclo celular. Concentrações altas e baixas do extrato produziram diferentes efeitos sobre as células neste estudo.

Modo de Uso
Rhodiola rosea é usada principalmente sob a forma de cápsulas, comprimidos e soluções. As quantidades recomendadas são normalmente indicadas em relação à percentagem de rosavina ou salidroside por miligrama ou mililitro. Em geral, recomenda-se 100mg do extrato de R. rosea que devem corresponder a aproximadamente 3,0% de rosavina ou 0,8% a 1,0% de salidroside. Entretanto, é importante ter em mente que o extrato da Rhodiola pode conter até 12 compostos ativos que não são endossados na “padronização artificial” de somente duas de suas substâncias.A Rhodiola deve ser tomada pela manhã porque, para alguns usuários, ela pode interferir no sono. Para outros, a ingestão desse extrato à tarde pode não causar qualquer interferência nos padrões do sono. Se o usuário ficar excessivamente ativo, nervoso ou agitado, uma quantidade menor do extrato deve ser dispensado, seguida de graduais incrementos.

Posologia
- Uma ou duas cápsulas contendo 100mg do extrato devem ser ingeridas ao dia. Uma cápsula sempre deve ser tomada pela manhã; no caso de duas cápsulas ao dia, uma deve ser ingerida pela manhã e outra à tarde.
- A quantidade de extrato a ser ingerido pode ser aumentada para 200mg três vezes ao dia, se necessário.
- Uma quantidade diária igual ou superior a 1.000mg do extrato de R. rosea é considerada alta.

Associações
Os produtos a base de Rhodiola rosea comercializados no mercado associam-na com L-treonina, Valeriana (Valeriana officinalis), Marapuama (Ptychopetalum olacoides), Saw Palmetto (Serenoa repens), Grape Seed (Vitis vinifera) Damiana (Turnera diffusa) e Cayenne (Cayenne pepper). A Rhodiola também pode ser combinada com extratos exóticos da Europa oriental e da Ásia, a saber, Ginseng Siberiano (Eleutherococcus senticosus), O Mi Cha (Schizandra chinensis), Maral Root (Leuzeae carthamoides), Tongkat (Eurycoma longifólia), Suo Yang (Cynomorium songaricum) e Kwaopet (Butea superba).

Contra-indicação
A Rhodiola é contra-indicada nos estados de excitação.

Informações Complementares
A Rhodiola rosea influenciou a atividades da alfa-amilase em 78% no plasma de camundongos no estudo de Kobayashi et al (2003). Isto sugere um potencial da Rhodiola nos tratamentos de controle do peso, sendo necessários outros estudos para confirmar sua efetividade.

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